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01 dezembro, 2010

Testemunho

“Parece estranho falar sobre isso em um mundo virtual. Mas devemos contar como começou a nossa vida em Cristo, ou melhor, quando nascemos em Cristo”.
Sou adotada. Minha mãe biológica tinha suas prioridades quando me gerou e mais ainda quando eu nasci. Na verdade ela não tinha muito tempo para cuidar de mim e do meu irmão, mais velho do que eu. Ela saia com as amigas e não queria nem saber de nós dois e do nosso pai biológico. Já "sacou" qual era a dela não é, mesmo casada.
Meus pais biológicos viviam se separando e voltando. Quando minha mãe biológica me teve, a irmã dela resolveu tomar uma atitude, pois sabia que eu iria sofrer naquele lugar. Pediu para minha "mãe", deixar que eu ficasse com ela. Em um primeiro estante ela falou que não, mas aos poucos tive que ficar na casa dela, pois minha "mãe" saia para "trabalhar". Aos poucos a irmã de minha mãe foi tendo um amor por mim, no qual até hoje não sei explicar. Esse amor que eu também fui sentindo apesar de bebê. Até que um dia a irmã de minha mãe biológica decidiu ficar comigo, e foi falar com ela. Ela aceitou numa boa. Mas a partir daquele momento, tudo mudou. A paz que a família que queria me adotar tinha, foi se perdendo. Mesmo com o consentimento de minha mãe biológica de eu viver em outra família, ela começou a fazer calunias contra a família que me adotaria no futuro.
Brigas foram sendo feitas, raivas foram crescendo, e eu não sabia mais quem era minha mãe de verdade. Vivia como um cachorro sem dono, literalmente. Andava de um lado pro outro, como se eu fosse qualquer coisa. Até que um dia eu finalmente sabia onde iria ficar. Com minha mãe verdadeira. Não a biológica, a que fez de tudo para ficar comigo. Mas mesmo com esse amor todo, uma certa revolta começou em meu coração. Uma revolta de ser adotada e saber q fui rejeitada um dia pela pessoa que me gerou e ficava olhando as futuras mães com seus filhos na barriga, indo para lojas de bebês comprar as primeiras roupinhas, pesquisando nomes para seus filhos, imaginando como seria o rostinho do bebê, se seria a cara do pai, ou da mãe, se teria o olho do vô materno, o gênio do tio bagunceiro, ou coisa do tipo.
Isso tudo parece passar despercebido por cada um de nós, mas para mim não. Porque sabia que nada disso passou pela cabeça dos meus pais verdadeiros. E eu ficava indignada com meus colegas quando eles reclamavam de seus pais.
Nessa época, minha prima Maiara Galindro de Oliveira participava do Grupo de Jovens Servos de Deus. E ela começou a contar como era tudo aquilo que ela viva com Deus, e percebia a mudança que aos poucos ia acontecendo na vida dela. Percebia também que toda família falava o quanto se orgulhava dela estar lá. Então para que eles pudessem se orgulhar de mim também, entrei no grupo.
Todos os sábado era a mesma coisa: Sentia Deus querer entrar na minha vida, chorava, mas não deixava isso acontecer. Passou um ano e nada de deixar Deus guiar a minha vida, e já estava no núcleo do grupo, uma porque eu era metida né. Até que em minha casa comecei a pedir pro Senhor, mesmo não tendo tanta intimidade com Ele assim, um coração novo, uma vida nova. E Ele o fez no mesmo instante. Repousei e tudo aconteceu. Foi ali meu primeiro e único amor. Ele me mostrou que se ele não me amasse como eu sempre imaginava não me amar, não tinha dado seu filho pro mundo torturar, pro mundo crucificá-lo, Ele seria um Deus vingativo. Mas aquele amor superou tudo, Aquele amor fez de tudo por mim, por nós.
Acho que nem preciso dizer o quanto chorei não é.
Foi apartir dai que a minha vida nasceu em Cristo. Depois disso entrei na intercessão do grupo, fui chamada para estar a frente da intercessão do grupo como coordenadora, e aos poucos o Senhor vai me curando de vários traumas. Hoje, graças a esse Deus perfeito, não tenho mais raiva de minha mãe biológica, a única coisa que agora tenho que deixar acontecer é amá-la, mas tenho certeza que isso acontecerá, mesmo sendo difícil.
Hoje eu tenho a mais plena certeza, que mesmo na tempestade de toda nossa vida, Deus jamais vai nos deixarem sozinhos, mesmo que não sintamos Ele conosco, a única coisa que falta nós deixarmos acontecer é Ele agir sem medo.
E foi isso que fiz e quero continuar fazendo. “
Janine de Oliveira Borges

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"Ai de mim se não evangelizar..."